quarta-feira, 3 de novembro de 2010

TODOS SÃO DIGNOS: NÃO GENERALISE POR GÊNEROS

Durante grande parte da História, as mulheres exerceram funções secundárias na sociedade. Atualmente, porém, inicia-se uma valorização significativa dos movimentos chamados “feministas”. Consequentemente observa-se, em linhas gerais, algo inédito e favorável no que se refere às reivindicações urgentes expostas em geral. Não obstante, a igualdade entre gêneros precisa ser construída com participação mutua tanto por parte de homens quanto de mulheres. Legislações visam acabar com maus tratos, mas, somente poder-se-á conseguir tal feito se, a priori, for indicado um modelo cabal de incentivo à atitude verdadeiramente livre referente aos direitos inerentes a toda e qualquer pessoa humana, independentemente do sexo. Para garantir cidadania no que tange à necessária reforma sócio-política, deverá ocorrer uma ampliação das perspectivas em relação à mulher e seu papel primordial.

Destacar o quesito Trabalho parece conveniente, visto que as condições de emprego e os salários pagos diferem quanto ao sexo do possível contratado. Além disso, é fácil notar um crescente estereótipo masculino referente aos atributos físicos femininos. Letras de músicas, declarações polêmicas proferidas por celebridades, aliadas à submissão voluntária vulgarizam as virtudes intelectuais ou mesmo morais das damas. As vítimas, por sua vez, sentem-se subjugadas a um círculo vicioso fora de controle. Avaliações simples são estabelecidas numa tentativa fútil de liquidar a problemática psíquica enraizada nas mentes do povo brasileiro como um todo, estas fortalecem em todos os aspectos as discriminações. Para promover conhecimento e aplicações de suas aptidões, o Governo Federal em parceria com estados e municípios incentiva a implantação de entidades voltadas diretamente ao público feminino: as Coordenadorias da Mulher, que, juntamente com outros órgãos competentes proporcionam oficinas, cursos de capacitação e atendimento especializado nos assuntos principais da Causa Feminina. Apesar da insuficiência, é por meio dessa ferramenta ampliada a oportunidade de ascensão profissional.

Existe uma segunda preocupação unânime: ocorrência de agressões físicas geradas constantemente por parentes pode ocasionar traumas. Violência doméstica causa morte de numerosas mulheres, exigindo punições severas para quem agride. De fato, o advento da Lei Maria da Penha vem somar forças unindo esforços decisivos em favor da justiça. Evidentemente, delegacias específicas para casos do tipo lesão corporal e demais crimes sérios merecem apoio no âmbito comunitário. As famílias não podem omitir os abusos cometidos por algum de seus membros. Viabilização de programas instrutivos infalivelmente solucionará parte enorme do problema.

Conforme as circunstâncias, a igualdade mostra ser utopia. Completando o quadro, nosso regime capitalista freia os movimentos de orientação feminista. Não obstante, os protestos demasiadamente beligerantes têm acabado sob a mira implacável dos críticos, preocupados em denegrir paulatinamente a liberação feminina. Igualmente, tendo acesso restrito ao funcionamento dos sistemas sociais insatisfatórios, algumas cidadãs nem sequer cogitam retomar marcha pela soberania de seus próprios corpos e mentes.

Exclusão caracteriza-se por inúmeras representações sociais dos seres “marginalizados”, ou seja, existem múltiplos fatores desencadeadores de procedimento contrário ao senso comum. Na prática, todos expõem seus anseios na execução de seus objetivos. Infelizmente, no caso das mulheres, há expropriação de decisões: o que se quer alcançar já está designado por outros. Contrárias a idéias assim dispostas, muitas sonhadoras sofrem às mãos dos seus inimigos. Parece desaconselhável apoiar movimentos libertários, uma vez que os mesmos são taxados de “subversivos”, odiosos à “ordem pública decente”. Admira ver quão difícil e árduo o embate pelo voto feminino, chama atenção verificar o quanto custou trabalho sucessivo independência por parte do “sexo frágil”.

Desafios surgirão no século XXI, impulsionando os humanos ao diferente. Doravante, seguirá o destino uma vereda indescritível, na qual se caminha confiante, aceitando destemidamente a novidade. Poderá estar para sempre em comunhão o Homo Sapiens junto à natureza e, mormente ao semelhante. Apresenta-se um tempo de renovação, no qual pessoas serão valorizadas por seus méritos e não por seu gênero. Resta-nos ficarmos preparados para penetrar na Revolução cor-de-rosa, aurora duma inovadora Era, onde todo empenho produtivo resultará em recíproca satisfação individual e coletiva.

domingo, 31 de outubro de 2010

Ecologia

Durante muito tempo desconhecida do grande público e relegada a segundo plano por muitos cientistas, a ecologia surgiu no século XX como um dos mais populares aspectos da Biologia. Isto porque tornou-se evidente que a maioria dos problemas que o homem vem enfrentando, como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os problemas sociológicos e políticos atuais, são em grande parte ecológicos.


A palavra ecologia (do grego oikos, "casa") foi cunhada no século XIX pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel, para designar a "relação dos animais com seu meio ambiente orgânico e inorgânico". A expressão meio ambiente inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Envolve relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de diferentes populações. Essas interações entre os indivíduos, as populações e os organismos e seu ambiente formam sistemas ecológicos, ou ecossistemas. A ecologia também já foi definida como "o estudo das inter-relações dos organismos e seu ambiente, e vice-versa", como "a economia da natureza", e como "a biologia dos ecossistemas".

Histórico

A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra seus primeiros antecedentes na história natural dos gregos, particularmente em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para a ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos fisiologistas sobre plantas e animais.

O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu impulso especial no início do século XIX e depois que Thomas Malthus chamou atenção para o conflito entre as populações em expansão e a capacidade da Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920), A. J. Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas para o estudo das populações, o que levou a experiências sobre a interação de predadores e presas, as relações competitivas entre espécies e o controle populacional. O estudo da influência do comportamento sobre as populações foi incentivado pelo reconhecimento, em 1920, da territorialidade dos pássaros. Os conceitos de comportamento instintivo e agressivo foram lançados por Konrad Lorenz e Nikolaas Tinbergen, enquanto V. C. Wynne-Edwards estudava o papel do comportamento social no controle das populações.

No início e em meados do século XX, dois grupos de botânicos, um na Europa e outro nos Estados Unidos, estudaram comunidades vegetais de dois diferentes pontos de vista. Os botânicos europeus se preocuparam em estudar a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades vegetais, enquanto os americanos estudaram o desenvolvimento dessas comunidades, ou sua sucessão. As ecologias animal e vegetal se desenvolveram separadamente até que os biólogos americanos deram ênfase à inter-relação de comunidades vegetais e animais como um todo biótico.

Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e populações, enquanto outros se preocuparam com as reservas de energia. Em 1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziu o conceito de níveis tróficos, ou de alimentação, pelos quais a energia dos alimentos é transferida, por uma série de organismos, das plantas verdes (produtoras) aos vários níveis de animais (consumidores). Em 1927, C. S. Elton, ecologista inglês especializado em animais, avançou nessa abordagem com o conceito de nichos ecológicos e pirâmides de números. Dois biólogos americanos, E. Birge e C. Juday, na década de 1930, ao medir a reserva energética de lagos, desenvolveram a idéia da produção primária, isto é, a proporção na qual a energia é gerada, ou fixada, pela fotossíntese.

A ecologia moderna atingiu a maioridade em 1942 com o desenvolvimento, pelo americano R. L. Lindeman, do conceito trófico-dinâmico de ecologia, que detalha o fluxo da energia através do ecossistema. Esses estudos quantitativos foram aprofundados pelos americanos Eugene e Howard Odum. Um trabalho semelhante sobre o ciclo dos nutrientes foi realizado pelo australiano J. D. Ovington.

O estudo do fluxo de energia e do ciclo de nutrientes foi estimulado pelo desenvolvimento de novas técnicas -- radioisótopos, microcalorimetria, computação e matemática aplicada -- que permitiram aos ecologistas rotular, rastrear e medir o movimento de nutrientes e energias específicas através dos ecossistemas. Esses métodos modernos deram início a um novo estágio no desenvolvimento dessa ciência -- a ecologia dos sistemas, que estuda a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas.

Conceito unificador

Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma base conceitual. A ecologia moderna, porém, passou a se concentrar no conceito de ecossistema, uma unidade funcional composta de organismos integrados, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área específica. Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os vivos (bióticos) através dos quais ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos de energia. Para realizá-los, os ecossistemas precisam conter algumas inter-relações estruturadas entre solo, água e nutrientes, de um lado, e entre produtores, consumidores e decomponentes, de outro.

Os ecossistemas funcionam graças à manutenção do fluxo de energia e do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e relações energéticas, chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma comunidade natural. Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por menores que sejam esses conjuntos específicos de condições físicas que cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumam ser complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras, formando uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre plantas, herbívoros e carnívoros.

Os ecossistemas tendem à maturidade, ou estabilidade, e ao atingi-la passam de um estado menos complexo para um mais complexo. Essa mudança direcional é chamada sucessão. Sempre que um ecossistema é utilizado, e que a exploração se mantém, sua maturidade é adiada.

A principal unidade funcional de um ecossistema é sua população. Ela ocupa um certo nicho funcional, relacionado a seu papel no fluxo de energia e ciclo de nutrientes. Tanto o meio ambiente quanto a quantidade de energia fixada em qualquer ecossistema são limitados. Quando uma população atinge os limites impostos pelo ecossistema, seus números precisam estabilizar-se e, caso isso não ocorra, devem declinar em conseqüência de doença, fome, competição, baixa reprodução e outras reações comportamentais e psicológicas. Mudanças e flutuações no meio ambiente representam uma pressão seletiva sobre a população, que deve se ajustar. O ecossistema tem aspectos históricos: o presente está relacionado com o passado, e o futuro com o presente. Assim, o ecossistema é o conceito que unifica a ecologia vegetal e animal, a dinâmica, o comportamento e a evolução das populações.

Áreas de estudo. A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que envolve biologia vegetal e animal, taxonomia, fisiologia, genética, comportamento, meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química, matemática e eletrônica. Quase sempre se torna difícil delinear a fronteira entre a ecologia e qualquer dessas ciências, pois todas têm influência sobre ela. A mesma situação existe dentro da própria ecologia. Na compreensão das interações entre o organismo e o meio ambiente ou entre organismos, é quase sempre difícil separar comportamento de dinâmica populacional, comportamento de fisiologia, adaptação de evolução e genética, e ecologia animal de ecologia vegetal.

A ecologia se desenvolveu ao longo de duas vertentes: o estudo das plantas e o estudo dos animais. A ecologia vegetal aborda as relações das plantas entre si e com seu meio ambiente. A abordagem é altamente descritiva da composição vegetal e florística de uma área e normalmente ignora a influência dos animais sobre as plantas. A ecologia animal envolve o estudo da dinâmica, distribuição e comportamento das populações, e das inter-relações de animais com seu meio ambiente. Como os animais dependem das plantas para sua alimentação e abrigo, a ecologia animal não pode ser totalmente compreendida sem um conhecimento considerável de ecologia vegetal. Isso é verdade especialmente nas áreas aplicadas da ecologia, como manejo da vida selvagem.

A ecologia vegetal e a animal podem ser vistas como o estudo das inter-relações de um organismo individual com seu ambiente (auto-ecologia), ou como o estudo de comunidades de organismos (sinecologia).

A auto-ecologia, ou estudo clássico da ecologia, é experimental e indutiva. Por estar normalmente interessada no relacionamento de um organismo com uma ou mais variáveis, é facilmente quantificável e útil nas pesquisas de campo e de laboratório. Algumas de suas técnicas são tomadas de empréstimo da química, da física e da fisiologia. A auto-ecologia contribuiu com pelo menos dois importantes conceitos: a constância da interação entre um organismo e seu ambiente, e a adaptabilidade genética de populações às condições ambientais do local onde vivem.

A sinecologia é filosófica e dedutiva. Largamente descritiva, não é facilmente quantificável e contém uma terminologia muito vasta. Apenas recentemente, com o advento da era eletrônica e atômica, a sinecologia desenvolveu os instrumentos para estudar sistemas complexos e dar início a sua fase experimental. Os conceitos importantes desenvolvidos pela sinecologia são aqueles ligados ao ciclo de nutrientes, reservas energéticas, e desenvolvimento dos ecossistemas. A sinecologia tem ligações estreitas com a pedologia, a geologia, a meteorologia e a antropologia cultural.

A sinecologia pode ser subdividida de acordo com os tipos de ambiente, como terrestre ou aquático. A ecologia terrestre, que contém subdivisões para o estudo de florestas e desertos, por exemplo, abrange aspectos dos ecossistemas terrestres como microclimas, química dos solos, fauna dos solos, ciclos hidrológicos, ecogenética e produtividade.

Os ecossistemas terrestres são mais influenciados por organismos e sujeitos a flutuações ambientais muito mais amplas do que os ecossistemas aquáticos. Esses últimos são mais afetados pelas condições da água e possuem resistência a variáveis ambientais como temperatura. Por ser o ambiente físico tão importante no controle dos ecossistemas aquáticos, dá-se muita atenção às características físicas do ecossistema como as correntes e a composição química da água. Por convenção, a ecologia aquática, denominada limnologia, limita-se à ecologia de cursos d'água, que estuda a vida em águas correntes, e à ecologia dos lagos, que se detém sobre a vida em águas relativamente estáveis. A vida em mar aberto e estuários é objeto da ecologia marinha.

Outras abordagens ecológicas se concentram em áreas especializadas. O estudo da distribuição geográfica das plantas e animais denomina-se geografia ecológica animal e vegetal. Crescimento populacional, mortalidade, natalidade, competição e relação predador-presa são abordados na ecologia populacional. O estudo da genética e a ecologia das raças locais e espécies distintas é a ecologia genética. As reações comportamentais dos animais a seu ambiente, e as interações sociais que afetam a dinâmica das populações são estudadas pela ecologia comportamental. As investigações de interações entre o meio ambiente físico e o organismo se incluem na ecoclimatologia e na ecologia fisiológica.

A parte da ecologia que analisa e estuda a estrutura e a função dos ecossistemas pelo uso da matemática aplicada, modelos matemáticos e análise de sistemas é a ecologia dos sistemas. A análise de dados e resultados, feita pela ecologia dos sistemas, incentivou o rápido desenvolvimento da ecologia aplicada, que se ocupa da aplicação de princípios ecológicos ao manejo dos recursos naturais, produção agrícola, e problemas de poluição ambiental.

Movimento ecológico

A intervenção do homem no meio ambiente ao longo da história, principalmente após a revolução industrial, foi sempre no sentido de agredir e destruir o equilíbrio ecológico, não raro com conseqüências desastrosas. A ação das queimadas, por exemplo, provoca o desequilíbrio da fauna e da flora e modifica o clima. Várias espécies de animais foram extintas ou se encontram em risco de extinção em decorrência das atividades do homem.

Já no século XIX se podia detectar a existência de graves problemas ambientais, como mostram os relatos sobre poluição e insalubridade nas fábricas e bairros operários. Encontram-se raciocínios claros da vertente que mais tarde se definiria como ecologia social na obra de economistas como Thomas Malthus, Karl Marx e John Stuart Mill, e de geógrafos como Friedrich Ratzel e George P. Marsh. Mesmo entre os socialistas, porém, predominava a crença nas possibilidades do industrialismo e a ausência de preocupação com os limites naturais. Também contribuiu o fato de a economia industrial não ter ainda revelado as contradições ecológicas inerentes a seu funcionamento, evidenciadas no século XX.

De fato, a maioria das teorias econômicas recentes traduz essa atitude e raciocina como se a economia estivesse acima da natureza. A economia, no entanto, pode até mesmo ser considerada apenas um capítulo da ecologia, uma vez que se refere somente à ação material e à demanda de uma espécie, o homem, enquanto a ecologia examina a ação de todas as espécies, seus relacionamentos e interdependências.

A radicalização do impacto destrutivo do homem sobre a natureza, provocada pelo desenvolvimento do industrialismo, inspirou, especialmente ao longo do século XX, uma série de iniciativas. A mais antiga delas é o conservacionismo, que é a luta pela conservação do ambiente natural ou de partes e aspectos dele, contra as pressões destrutivas das sociedades humanas. Denúncias feitas em congressos internacionais geraram uma campanha em favor da criação de reservas de vida selvagem, que ajudaram a garantir a sobrevivência de muitas espécies ameaçadas.

Existem basicamente três tipos de recursos naturais: os renováveis, como os animais e vegetais; os não-renováveis, como os minerais e fósseis; e os recursos livres, como o ar, a água, a luz solar e outros elementos que existem em grande abundância. O movimento ecológico reconhece os recursos naturais como a base da sobrevivência das espécies e defende garantias de reprodução dos recursos renováveis e de preservação das reservas de recursos não-renováveis.

No Brasil, o movimento conservacionista está razoavelmente estabelecido. Em 1934, foi realizada no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, a I Conferência Brasileira de Proteção à Natureza. Três anos mais tarde criou-se o primeiro parque nacional brasileiro, na região de Itatiaia RJ.

Além dos grupos conservacionistas, surgiu no movimento ecológico um novo tipo de grupo, o dos chamados ecologistas. A linha divisória entre eles nem sempre está bem demarcada, pois muitas vezes os dois tipos de grupos se confundem em alguma luta específica comum. Os ecologistas, porém, apesar de mais recentes, têm peso político cada vez maior. Vertente do movimento ecológico que propõe mudanças globais nas estruturas sociais, econômicas e culturais, esse grupo nasceu da percepção de que a atual crise ecológica é conseqüência direta de um modelo de civilização insustentável. Embora seja também conservacionista, o ecologismo caracteriza-se por defender não só a sobrevivência da espécie humana, como também a construção de formas sociais e culturais que garantam essa sobrevivência.

Um marco nessa tendência foi a realização, em Estocolmo, da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em 1972, que oficializou o surgimento da preocupação ecológica internacional. Seguiram-se relatórios sobre esgotamento das reservas minerais, aumento da população etc., que tiveram grande impacto na opinião pública, nos meios acadêmicos e nas agências governamentais.

Em 1992, 178 países participaram da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro. Embora com resultados muito aquém das expectativas dos ecologistas, foi mais um passo para a ampliação da consciência ecológica mundial. Aprovou documentos importantes para a conservação da natureza, como a Convenção da Biodiversidade e a do Clima, a Declaração de Princípios das Florestas e a Agenda 21.

A Agenda 21 é talvez o mais polêmico desses documentos. Tenta unir ecologia e progresso num ambicioso modelo de desenvolvimento sustentável, ou seja, compatível com a capacidade de sustentação do crescimento econômico, sem exaustão dos recursos naturais. Prega a união de todos os países com vistas à melhoria global da qualidade de vida.

Associação biológica

Biologia; Biogeografia; Conservação da natureza; Espécies em extinção; Etologia; Fitogeografia; Parque nacional; Zoogeografia.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

DROGAS

Na linguagem médica droga é qualquer substância capaz de causar alterações no funcionamento do organismo.

O órgão do corpo humano responsável, entre outras funções, pelos sentidos e a memória é o cérebro. Ele é composto por células denominadas neurônios.
Drogas psicotrópicas podem ser entendidas como “ópio do povo”, pois eram usadas em rituais típicos do paganismo.
Uma pessoa pode ser levada a usar uma droga por:
*Insatisfação com a vida social e/ou profissional;

*Falta de informações corretas;

*Fácil acesso aos entorpecentes;

*Insegurança;

*Vontade de sentir prazer e abandonar a timidez.

Cocaína, maconha, etc., são em alguns casos usadas com finalidades terapêuticas. Isto é possível e deve ser incentivado, haja vista o efeito benéfico de certos compostos químicos à base desses produtos.
A pessoa apresenta dependência física, quando, na falta de determinada droga, ela sente os efeitos no organismo, tais como: Nervosismo, diarréia forte, vômito com sangue e abaixamento da temperatura corporal.
Síndrome de abstinência é o conjunto de sinais e sintomas próprios de alguém viciado sem acesso ao elemento do seu vício.
O cigarro pode causar grande dependência psíquica. Isso significa que seu usuário sente-se mais fraco na falta do trago, ou seja, o sistema nervoso é o aparelho mais vulnerável a ação nociva do fumo.
Alguns indivíduos embora livres da dependência física, a psíquica, muitas vezes involuntária pode ser responsável por recaídas. Notemos que a razão é a dificuldade em se adaptar longe do “prazer” proporcionado por a “encantadora serpente”.
Os órgãos que formam o sistema nervoso central do homem são: cérebro, cerebelo, bulbo e medula espinhal.
Drogas depressoras do SNC são aquelas que reduzem a atividade em tal sistema.
Drogas estimulantes do SNC são as responsáveis por uma elevação na atividade das células nervosas.
Drogas perturbadoras do SNC deixam a pessoa desorientada e desregulam o funcionamento dos nervos. Alguns exemplos: mescalina e maconha.
A influência do comportamento dos pais é decisiva para o uso ou o não-uso de álcool ou drogas. Por exemplo, se seu pai é viciado você pode sentir-se estimulado a ser igual a ele.
É fácil evitar o abuso de álcool e drogas. Basta conservar e ampliar no coração os conselhos de adultos maduros e experientes.
Sem conjugação de forças é impossível combater o vicio. Professores, pais e jovens devem abrir um diálogo referente ao tema.

Exploração de crianças e adolescentes é comum. Sobretudo no transporte e comercialização de entorpecentes. Todos os dias figuram em noticiários informações sobre meninos e meninas com droga escondida em seus corpos. “Os adultos traficantes oferecem gratuitamente oportunidade de experimentar a droga, quando as vitimas estão viciadas os espertalhões aproveitam e obrigam-nas a dar lucros”. Relatos de seqüestros, homicídios, assaltos, etc; certamente todos já ouviram tais noticias bárbaras relacionadas direta ou indiretamente ao gigantesco problema. Clinica de reabilitação é boa ferramenta para recuperação dos dependentes, porém, grande parte da população brasileira não dispõe de recursos financeiros, sendo assim, o poder publico deve dar maior atenção ao assunto.
Ninguém usa drogas porque quer ou gosta.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

GRATIDÃO A DEUS

Quando a sombra da tristeza
Cobrir seus sonhos de venturas...
Quando você quiser chorar
Diante da taça da amargura...

Quando a dor bater à porta
Ferindo bem fundo o coração...
Quando a esperança é morta
E a vida é amarga ilusão...

Olhe para trás
Veja quanta dor!
Súplicas de paz
Clamando amor!

Olhos sempre em trevas!
Mãos mendigam pão!
Bocas que não falam
E risos sem razão...

Deixe de chorar!
Volte a sorrir!
Você é tão feliz,
Volte a cantar.

Faça uma prece
Seja grato a Deus!
Ele sempre abençoa
Os filhos Seus...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O AMOR

Deus como Pai é Sabedoria. Deus como Mãe é Amor.
Deus como Pai reside no olho da Sabedoria. O olho da Sabedoria se acha situado no entrecenho.
Sabedoria e Amor são as duas colunas torais da Grande Loja Branca.
Amar, quão belo é amar. Só as grandes almas podem e sabem amar. O amor é ternura infinita... O amor é vida que palpita em cada átomo, como palpita em cada Sol.
O Amor não se pode definir, porque é a Divina Mãe do Mundo; é aquilo que advém a nós quando estamos realmente enamorados.
O amor é sentido no fundo do coração, é uma vivência deliciosa, um fogo que consome; é vinho divino, delírio para quem o bebe. Um simples lencinho perfumado, uma carta, uma flor, promovem no fundo da alma tremendas inquietudes íntimas, êxtases exóticos, voluptuosidade inefável.
Ninguém jamais pôde definir o amor; tem-se que vivê-lo, tem-se que senti-lo. Só os grandes enamorados sabem realmente o que é isso que se chama Amor.
O Matrimônio Perfeito é a união de dois seres que verdadeiramente sabem amar.
Para que haja verdadeiramente amor, é preciso que o homem e a mulher se adorem em todos os sete Grandes Planos Cósmicos.
Para que haja amor, é necessário que exista uma verdadeira comunhão de almas nas três esferas de pensamento, sentimento e vontade.
Quando os dois seres vibram afins em seus pensamentos, sentimentos e volições, então o Matrimônio Perfeito realiza-se nos sete planos de consciência cósmica.
Há pessoas que estão casadas nos planos físico e etérico, porém não o estão no plano astral. Outras, acham-se casadas nos planos físico, etérico e astral, mas não o estão no plano mental; cada um pensa a seu modo, a mulher tem uma religião e o homem outra, não estão de acordo no que pensam, etc, etc.
Existem matrimônios afins nos mundos do pensamento e do sentimento, porém, absolutamente opostos no mundo da vontade. Constantemente ocorrem choques entre o casal, não são felizes.
O Matrimônio Perfeito deve efetuar-se nos sete planos de consciência cósmica. Há matrimônios que nem sequer chegam ao plano astral. Nesses casos não existe sequer a atração sexual, esses são verdadeiros fracassos. Este é o tipo de casamento que se fundamenta exclusivamente na fórmula matrimonial.
Algumas pessoas vivem a vida de casadas no plano físico com determinado cônjuge e no plano mental vivem com outro diferente. Raramente encontramos na vida um Matrimônio Perfeito. Para que haja amor, é necessário existir afinidade de pensamentos, sentimentos e vontades.
Onde existe o cálculo aritmético, não há amor. Infelizmente, na vida moderna o amor cheira à conta de banco, mercadorias e celulóide. Naqueles lares onde só existem somas e subtrações, não existe amor. Quando o amor sai do coração, dificilmente regressa. O amor é um menino muito esquivo.
O matrimonio que se realiza sem amor, fundamentado unicamente em interesses econômicos ou sociais é, realmente, um pecado contra o espírito santo. Matrimônios desse tipo fracassam inevitavelmente. Os enamorados confundem muitas vezes o desejo com o amor, e o pior é que se casam, acreditando estarem enamorados. Consumado o ato sexual, satisfeita a paixão carnal, vem então o desencanto, resta a terrível realidade.
Os enamorados devem auto-analisar-se antes de se casarem, para saberem se realmente estão enamorados. A paixão se confunde facilmente com o amor. O amor e o desejo são absolutamente opostos. Quem está verdadeiramente enamorado, é capaz de dar até a última gota de seu sangue pelo ser adorado. Examina-te antes de te casares. És capaz de dar até a última gota de sangue pelo ser que adoras? Serias capaz de dar tua vida para que o ser adorado vivesse? Reflete e medita...
Existe verdadeira afinidade de pensamentos, sentimentos e vontades com o ser que adoras? Lembra-te que, se essa afinidade completa não existe, o teu casamento, ao invés de ser um céu, será um verdadeiro inferno. Não te deixes levar pelo desejo. Mata não só o desejo, mas até a própria sombra da árvore tentadora do desejo.
O amor começa com um relâmpago de simpatia deliciosa, substancializa-se com ternura infinita e sintetiza-se em suprema adoração.
Um Matrimônio Perfeito é a união de dois seres que se adoram de forma absoluta. No amor não existem planos, nem contas de banco. Se estás fazendo planos e cálculos, é porque não estás enamorado.
Reflete antes de dar o grande passo. Estás realmente enamorado? Cuida-te da ilusão do desejo. Recorda que a chama do desejo consome a vida e fica então a tremenda realidade da morte.
Contempla os olhos do ser que adoras, perde-te na felicidade das suas pupilas, porém, se queres ser feliz, não te deixes levar pelo desejo.
Homem enamorado, não confundas o amor com a paixão. Auto-analisa-te profundamente. É urgente saber se ela te pertence em espírito. É necessário saber se tens completa afinidade com ela nos três mundos de pensamento, sentimento e vontade.
O adultério é o resultado cruel da falta de amor. A mulher verdadeiramente enamorada preferiria a morte ao adultério. O homem que adultera não está enamorado.
O amor é terrivelmente divino. A Bendita Deusa Mãe do Mundo é isso que se chama Amor.
Com o fogo terrível do amor podemos transformar-nos em Deuses para penetrarmos cheios de majestade no Anfiteatro da Ciência Cósmica.

sábado, 17 de julho de 2010

COM A PALAVRA.

Comunicação é um fator
De independência e equidade
O estudante e o trabalhador
Precisam da sociedade
O portador de deficiência tem valor
E necessita duma entidade.

Discutir é preciso
A causa não pode ficar parada
Leis e decretos afirmam isto:
“Toda deficiência é amparada”
Com paz, amor e um sorriso.
Faremos gol nesta jogada.

É lucrativo empreender
Ouça bem o que eu digo:
Você não vai se arrepender
Se confiar no seu amigo.
Invista em gente com vontade de aprender
Porque a ineficiência é um mito.

“Quem não se comunica se trumbica”
A vida prática nos tem mostrado
Para sermos bem-sucedidos na vida
Trabalhemos com cuidado,
Exigência de direitos é obtida
Por meio de sensibilização e um povo bem-informado.

Apesar do preconceito
Causador de muita intriga
Houve sempre um pioneiro
Pra pacificar a briga.
De janeiro a janeiro
A animação é nossa amiga.

TV, rádio, revista e jornal
Depende a obra desse setor
A assistência social
Precisa estar ao dispor
Promover motivação nacional
Combatendo tanto o efeito como o fator.

Conscientização do acesso
A saúde e educação
Precisa ser levada a sério
Dentro de cada coração
Ressuscitado o lema velho:
“Inclusão social sim, educacional não”!

Enfrentar a realidade
Sempre ajudou no desenvolvimento de nossa espécie
A diferença existe de verdade,
Porém todo mundo merece
Conservar sua identidade
Com liberdade o ser humano cresce.

Força é insubstituível
Pra se manter de pé
Vencer só será possível
Através de esperança e fé
Ganhar o jogo será difícil
Sem o primeiro pontapé.

Agora me despeço
Solicitando vossa atenção
Mobilização peço
Em torno da situação
Atingindo o alvo certo
Faremos revolução.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A BUSCA DA SEGURANÇA

Quando os pintinhos sentem medo, escondem-se debaixo das asas amorosas da galinha em busca de segurança. A criança assustada corre em busca de sua mãe, porque, junto a ela, se sente segura. Fica, portanto, demonstrado que o medo e a busca de segurança estão sempre intimamente associados. O homem que teme ser assaltado por bandidos busca segurança em seu revólver. O país que teme ser atacado por outro comprará canhões, aviões, navios de guerra, armará exércitos e se porá em pé de guerra.


MUITA GENTE QUE NÃO SABE TRABALHAR, ATERRORIZADA DIANTE DA MISÉRIA, BUSCA SEGURANÇA NO DELITO E SE TORNA LADRÃO, ASSALTANTE, ETC. MUITAS MULHERES, POR FALTA DE INTELIGÊNCIA, ASSUSTADAS DIANTE DA POSSIBILIDADE DA MISÉRIA, CONVERTEM-SE EM PROSTITUTAS.

O homem ciumento teme perder sua mulher e busca segurança na arma; mata e depois, é claro, vai parar na cadeia. A mulher ciumenta mata sua rival ou seu marido e assim se converte em assassina. Ela teme perder o marido e, querendo segurá-lo, mata a outra ou resolve matar o marido. O proprietário temeroso de que o inquilino não pague o aluguel da casa exige contratos, fiadores, depósitos, etc., querendo assim se assegurar; e se uma viúva pobre e cheia de filhos não pode preencher tão tremendos requisitos, e se todos os proprietários de casas de uma cidade pedem a mesma coisa, a infeliz terá de ir dormir com seus filhos na rua ou em algum parque.

Todas as guerras tiveram sua origem no medo. As gestapos, as torturas, os campos de concentração, as Sibérias, as espantosas prisões, os exílios, trabalhos forçados, fuzilamentos, etc, têm sua origem no medo. As nações atacam outras nações por medo, buscam segurança na violência. Crêem que matando, invadindo, etc., poderão fazer-se seguras, fortes e poderosas. Nos escritórios das polícias secretas, de contra-espionagem, etc., tanto no leste como no oeste, se torturam os espiões, se os teme, querem fazê-los confessar com o propósito de tornar o estado mais seguro. Todos os delitos, todas as guerras, todos os crimes têm sua origem no medo e na busca de segurança. Em outros tempos, havia sinceridade entre as pessoas. Hoje, o medo e a busca de segurança acabaram com a maravilhosa fragrância da sinceridade. O amigo desconfia do amigo, pois teme que este o roube, o engane, o explore, etc. Até existem máximas estúpidas e perversas como esta: “nunca dês as costas ao teu melhor amigo”. Os hitlerianos diziam que esta máxima era de ouro. Ora, se o amigo teme o amigo e até usa máximas para se proteger, já não há sinceridade entre os amigos. O medo e a busca de segurança acabaram com a deliciosa fragrância da sinceridade.

Fidel Castro em Cuba fuzilou milhares de cidadãos, temeroso de que acabassem com ele. Castro busca segurança fuzilando. Crê que assim se manterá seguro. Stalin, o perverso e sanguinário Stalin, empesteou a Rússia com seus sangrentos expurgos. Esta era a sua maneira de procurar segurança. Hitler organizou a Gestapo, a terrível Gestapo, para segurança do estado. Não resta dúvida de que temia que o derrubassem e por isso fundou-a. Todas as amarguras deste mundo têm origem no medo e na busca de segurança.

Os professores e professoras de escola devem ensinar aos alunos e alunas a virtude da coragem. É lamentável encher os meninos e meninas de temor, começando no próprio lar. Os meninos e meninas são ameaçados, intimidados, atemorizados, levam pauladas, etc. Os pais de família e os professores costumam atemorizar as crianças e os jovens com o propósito de fazê-los estudar. Geralmente, se diz às crianças e aos jovens que, se não estudarem, terão de pedir esmola, de vagar famintos pelas ruas, de exercer trabalhos muito humildes como engraxar sapatos, carregar fardos, vender jornais, trabalhar no arado, etc. como se trabalhar fosse um delito. No fundo, atrás de todas estas palavras dos pais e dos professores, está o medo pelo filho e a busca de segurança para o filho. O grave de tudo isto que estamos dizendo é que a criança e o jovem ficam complexados, enchem-se de temor e, mais tarde na vida prática, serão sujeitos cheios de medo. Os pais de família e professores que têm o mau gosto de assustar os meninos e meninas, os jovens e as senhoritas, de forma inconsciente os estão encaminhando para o caminho do delito, pois, como já dissemos, todo delito tem sua origem no medo e na busca de segurança.

Hoje em dia, o medo e a busca de segurança converteram o planeta Terra num espantoso inferno. Todo mundo teme. Todo mundo quer segurança. Em outros tempos, podia-se viajar livremente. Agora, as fronteiras estão cheias de guardas armados, que exigem passaportes e atestados de todo tipo para se ter o direito de passar de um país a outro. Tudo isso é o resultado do medo e da busca de segurança. Teme-se o que viaja, teme-se quem chega e busca-se segurança em passaportes e papéis de todo tipo. Os professores de escolas, colégios e universidades devem compreender o horror de tudo isso e cooperar para o bem do mundo, sabendo como educar as novas gerações: ensinando-lhes o caminho da coragem autêntica. É urgente ensinar às novas gerações a não temer e a não buscar segurança em nada nem ninguém. É indispensável que todo indivíduo aprenda a confiar mais em si mesmo. O medo e a busca de segurança são terríveis fraquezas que converteram a vida num espantoso inferno.

Por todas as partes abundam os covardes, os medrosos, os fracos, que andam sempre em busca de segurança. Teme-se a vida, teme-se a morte, teme-se o que dirão, o diz que disse, teme-se perder a posição social, a posição política, o prestígio, o dinheiro, a bela casa, a bonita mulher, o bom marido, o emprego, o negócio, a loja, os móveis, o carro, etc. Teme-se a tudo e por todas as partes abundam os covardes, os fracos, os medrosos, etc. Mas ninguém se julga covarde; todos se presumem fortes, valentes, etc. Em todas as categorias sociais, há milhares e milhões de interesses que se temem perder e, por isso, todo mundo busca seguranças que, por força de se fazerem cada vez mais e mais complexas, tornam, de fato, a vida cada vez mais complicada, cada vez mais difícil, cada vez mais amarga, cruel e impiedosa.

Todas as fofocas, todas as calúnias, as intrigas, etc., têm sua origem no medo e na busca de segurança. Para não perder a fortuna, a posição, o prestígio, o poder, etc., propagam-se as calúnias e as intrigas. Assassina-se e paga-se para que se assassine em segredo. Os poderosos da terra até dão-se ao luxo de terem assassinos contratados e muito bem pagos, com o asqueroso propósito de eliminar todo aquele que ameace os eclipsar. Eles amam o poder pelo próprio poder e o asseguram à base de dinheiro e muito sangue. Os jornais constantemente estão dando notícias de inúmeros casos de suicídio. Muitos julgam que quem se suicida é um valente, mas, na realidade, quem se suicida é um covarde que tem medo da vida e que busca segurança nos descarnados braços da morte. Alguns heróis de guerra foram conhecidos como pessoas fracas e covardes, mas seu terror foi tão espantoso quando se viram cara a cara com a morte que se tornaram terríveis feras buscando segurança para sua vida, fazendo um esforço supremo contra a morte. Então, foram declarados heróis. Costuma-se confundir o medo com a coragem. Quem se suicida parece muito valente e quem carrega uma arma também parece ser muito valente, mas, na realidade, os suicidas e os pistoleiros são bastante covardes. Quem não tem medo da vida não se suicida. Quem não tem medo de ninguém não carrega uma pistola na cintura. É urgente que os professores e professoras ensinem aos cidadãos de forma clara e precisa o que é a coragem de verdade e o que é o medo. O medo e a busca de segurança converteram o mundo em um espantoso inferno.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

LIÇÃO DE VIDA

Conta certa lenda que estavam duas crianças patinando num lago congelado. Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas. De repente, o gelo se quebrou, e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou. A outra, vendo seu amiguinho preso e se congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim quebrá-lo e libertar o amigo. Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:



__ Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!


Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou:


__ Eu sei como ele conseguiu.


Todos perguntaram:


__ Pode nos dizer como?!


__ É simples, respondeu o velho... Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não seria capaz.

O ENTALHADOR

Khing, o mestre entalhador, fez uma armação para sinos.



De madeira preciosa. Quando terminou,


Todos que aquilo viram ficaram surpresos.


Disseram


Que deveria ser obra dos espíritos.


O Príncipe de Lu disse ao mestre entalhador:


“Qual é o seu seu segredo?”






Khing respondeu: Sou apenas operário:


Não tenho segredos. Há só isso:


Quando comecei a pensar no trabalho que me ordenaste


Protegi meu espírito, não o desperdicei


Em ninharias, que não vinham ao caso.






Jejuei, a fim de pôr


Meu coração em repouso.


Depois de jejuar três dias,


Esqueci-me do lucro e do sucesso.


Depois de cinco dias


Esqueci-me do louvor e das críticas.


Depois de sete dias


Esqueci-me do meu corpo


Com rodos os seus membros.






Nesta época, rodo pensamento de Vossa Alteza


E da corte se evanescera.


Tudo aquilo que me distraía do trabalho


Desaparecera.


Eu me recolhera ao único pensamento


Da armação do sino.






Depois, fui à floresta


Ver as árvores em sua própria condição natural.


Quando a árvore certa apareceu a meus olhos,


A armação do sino também apareceu, nitidamente,


Sem qualquer dúvida.


Tudo o que tinha a fazer era esticar a mão


E começar.






Se eu não houvesse encontrado esta determinada árvore


Não haveria


Qualquer armação para o sino.






O que aconteceu?


Meu próprio pensamento unificado


Encontrou o potencial escondido na madeira;


Deste encontro ao vivo surgiu a obra


Que você atribui aos espíritos.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Depoimento de um Ex-viciado

DIGA NÃO AS DROGAS

Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de "experimenta, depois, quando você quiser, é só parar..." e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", "natural" , da terra", que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do "Chitãozinho e Xororó" e em seguida um do "Leandro e Leonardo". Achei legal, coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei a chamar todo mundo de "Amigo" e acabei comprando pela primeira vez.

Lembro que cheguei na loja e pedi: - Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano. Era o princípio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... "Banda Eva", "Cheiro de Amor", "Netinho", etc. Com o tempo, meu amigo foi oferecendo coisas piores: "É o Tchan", "Companhia do Pagode", "Asa de Águia" e muito mais. Após o uso contínuo eu já não queria mais saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer a bunda como eu nunca havia mexido antes, então, meu "amigo" me deu o que eu queria, um Cd do "Harmonia do Samba". Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, minha razão de existir. Eu pensava por ela, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais . . . Comecei a freqüentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show de encontro dos grupos "Karametade" e "Só pra Contrariar", e até comprei a Caras que tinha o "Rodriguinho" na capa.

Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro, meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo. Não deu outra: entrei para um grupo de Pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma "música" que não dizia nada, eu e mais 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorriamos fazíamos sinais combinados. Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a coletânea "As Melhores do Molejão". Foi terrível!! Eu já não pensava mais!! Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas "miseráveis" e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, no limiar da condição humana, quando comecei a escutar "Popozudas", "Bondes", "Tigrões", "Motinhas" e "Tapinhas". Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido. Quando saia a noite para as festas pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas; uns nobres queriam me mostrar o "caminho das pedras", outros extremistas preferiam o "caminho dos templos". Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: A Droga Limpa.

Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de Rock, MPB, Progressivo e Blues. Mas o meu médico falou que é possível que tenham que recorrer ao Jazz e até mesmo a Mozart e Bach. Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam sua visão para as coisas boas e te oferecem drogas.

Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável e distante; vai perder as referências e definhar mentalmente.

Em vez de encher cabeça com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte:

* Não ligue a TV no domingo à tarde;
* Não escute nada qu e venha de Goiânia ou do interior de São Paulo;
* Não entre em carros com adesivos "Fui.....";
* Se te oferecerem um CD, procure saber se o indivíduo foi ao programa da Hebe ou ao Gugu;
* Mulheres gritando histericamente são outro indício;
* Não compre um CD que tenha mais de 6 pessoas na capa;
* Não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados;
* Não compre nenhum CD em que a capa tenha nuvens ao fundo;
* Não compre nenhum CD que tenha vendido mais de um milhão de cópias no
Brasil; e
* Não escute nada em que o autor não consiga uma concordância verbal mínima.

Mas principalmente, duvide de tudo e de todos.
A vida é bela!!!! Eu sei que você consegue!!! Diga não às drogas!!
Luis Fernando Veríssimo