quinta-feira, 8 de março de 2012

UM CONTEXTO ATUAL: Com base no Noticiário Internacional

Introdução


O presente trabalho foi realizado a partir de algumas matérias extraídas dos sites pertencentes às maiores agências de notícias do mundo (acesso em 9/12/2011). Há aqui existente um dever sobremaneira nobre: tentar compreender como se processam as relações internacionais outrora possuídas por incumbências inequivocamente controversas. Irã, Síria, Índia e Tibete – terras agora assoladas por graves discrepâncias político-econômicas extremamente densas, insolúveis dilemas com futuro incerto. Além da ótica estrangeira, há de se enfrentar, naquelas nações, um inimigo contrário à diplomacia: o regime, ou melhor, a insustentabilidade dele.
A seguir, se fará a análise crítica de certos eventos atuais.

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Desenvolvimento

Irã protesta na ONU contra avião-espião dos EUA

                                                                                                                                                DA REUTERS, EM NOVA YORK

A missão do Irã na Organização das Nações Unidas disse na sexta-feira que fez uma reclamação ao Conselho de Segurança por uma aeronave norte-americana não-tripulada que, segundo a República Islâmica, voava sobre o leste do país antes que os militares tomassem uma "ação de força" contra ela. 
[Aqui já vemos que os EUA não têm o menor escrúpulo, demonstram desrespeito com os países ditos “periféricos”, sobretudo aqueles fichados na “Lista do Terror”. Invadir o espaço aéreo de qualquer nação (embora na região do Golfo a OTAN – leia-se o império estadunidense – se tenha afirmado proprietária das soberanias), provoca flagrante incidente justificado pelos tratados multinacionais].
"Tenho a honra de chamar a atenção para as operações provocativas e secretas do governo dos Estados Unidos contra a República Islâmica do Irã, que tem aumentado e se intensificado nos últimos meses", disse o embaixador do Irã na ONU, Mohammad Khazaee, em carta ao Conselho de Segurança.

[Parece inquestionável que há algo de podre na constante batalha contra o povo persa. Se Khazaee tiver razão (convenhamos, ele a tem), então não é improvável concluir dedutivamente que a espionagem continue, arbitrariamente, sendo preconizada].
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Diplomatas ocidentais na ONU disseram que é improvável que o Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos têm poder de veto, adote alguma ação a partir da solicitação iraniana.

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Síria pede ajuda árabe para resolver crise; Turquia pressiona regime
                                                                                                                                                                DA FRANCE PRESSE, EM DAMASCO

A Síria recorreu nesta sexta-feira à comunidade internacional, especialmente aos países árabes, para encontrar uma "saída honrosa" à crise que enfrenta, particularmente ao não enviar armas ao país.

[Solicitar ajuda em momentos de crise talvez seja, no caso sírio, em vão. A perspectiva desanima até mesmo o ditador. Pelo visto, o país se isola cada vez mais e persiste em violar os direitos humanos descaradamente. O poder central encontra-se há muito corrompido, deformado por forças adversas. Faz-se urgente um novo programa reformista governamental ou, senão, uma contínua guerra civil].

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Também nesta sexta-feira a Turquia disse que não pode se abster se a repressão na Síria está colocando em risco a segurança na região como um todo, disse o ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, nesta sexta-feira.

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[Com efeito, as circunstâncias turcas desaconselham um apoio formal a países totalitários. Na verdade, o povo turco vive cercado e abafado, assim como os vizinhos descontentes, no entanto, a condição intencional de resposta muda drasticamente. Enquanto de um lado da fronteira se mata quase indiscriminadamente, do outro as coisas parecem mais controladas. Além disso, uma ameaça à postura irredutível sob uma bandeira significa a consciência patriótica de dever cumprido sob outra].

O país, que vem aumentando as críticas a seu antigo aliado, teme que uma guerra civil baseada em linhas sectárias na Síria possa se espalhar pelas fronteiras e provocar tensão entre o povo turco.

[Ironicamente, o mesmo temor partido de Ancara representa a hipocrisia no sentido de atribuir-se a um governo amigo toda eventual culpabilidade por acidentais conluios advindos de engano particular. Outrossim, procurar subterfúgios nocivos num exercício fortuito de perverter o juízo condenando hipocritamente os outros mostra realmente uma política favorável ao aparentemente mais apto. Bashar Assad passou a desinteressar os antigos aliados, de modo que, se ele cair, ninguém pranteará (pelo menos sinceramente)].

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"Se um governo que está combatendo seu próprio povo e criando refugiados está pondo não apenas sua própria segurança em risco, mas também a da Turquia, então temos a responsabilidade e a autoridade para dizer a eles: 'Já chega'", disse [Davutoglu a jornalistas na capital turca, referindo-se à Síria].

(...)

Na semana passada, a Turquia seguiu a Liga Árabe anunciando uma lista de sanções econômicas contra a Síria que visavam o governo, incluindo o congelamento de bens do estado, a imposição de proibições de viagens a autoridades e a suspensão de transações financeiras.
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Índia sob necessidade de Grandes Reformas

                                                                                                                                                                      DO "FINANCIAL TIMES” (adaptado)

A proposta do governo indiano de abrir seu setor varejista a investidores estrangeiros foi bem-vinda por ótimas razões. Ela teria ajudado o país a reduzir sua inflação galopante e melhorar o funcionamento de sua cadeia de fornecimento. A combalida infraestrutura da Índia teria se beneficiado dos investimentos feitos por investidores estrangeiros.

[A Índia, bem como os chamados Tigres Asiáticos, vem sofrendo graves perdas por conta da crise mundial. Isso, todavia, não reduziu significativamente o interesse de investidores adeptos do alto risco. Podemos afirmar seguramente que a tendência para os próximos anos comporta inúmeras esperanças de melhoria. A perspectiva positiva deverá manter-se intacta pelo menos provisoriamente, assim, toda iniciativa governamental reguladora a incentivar aplicações financeiras diversas é bem-vinda].

(...)

Mais importante que isso, o recuo prejudicou as esperanças de uma nova fase de reformas econômicas. Há outros 30 projetos de lei parados no Parlamento que visam arrancar a economia indiana dos anos 1950. Entre eles há uma lei para abrir o setor dos seguros, além de planos para uma reforma das pensões e dos impostos. Mas o recuo em relação à liberalização do setor varejista reforçou os lobbies contrários às reformas. Com isso, torna-se menos provável que essa legislação tão necessária chegue a existir.

[Conforme a citação, as reivindicações quanto a ‘modernizar’ integralmente a economia demonstram certo determinismo desnecessário em alguns setores. Ora, um superávit alcançado não implica na resolução concreta de quaisquer problemáticas possíveis. Ora, como diz certo especialista: “Recuar em relação a reformas não vai enfraquecer a economia da Índia. Enquanto o Ocidente está paralisado pela incerteza econômica, os índices de crescimento da Índia chegam a 7%”].

(...) A Índia deveria estar muito bem posicionada para atrair investimentos estrangeiros. Contudo, longe de atrair capitais do exterior, a incerteza em relação ao ambiente empresarial está levando o país a avançar no sentido contrário. A rúpia está 13% mais fraca que no início do ano, e o índice de referência na bolsa de Mumbai tem um dos piores desempenhos da Ásia.

A culpa dessa decepção cabe principalmente à classe política indiana. Embora parte da responsabilidade deva ser atribuída ao primeiro-ministro, Manmohan Singh, o problema maior é a guerra entre os partidos.

(...)

[A velha ‘guerra ideológica’ (Partido do Congresso X BJP é bastante comentada nos principais periódicos do país. Doravante, há prognósticos libertários em ambas as frentes. Generalizada falta de liderança coloca em xeque cruciais ambições, que o diga o setor varejista solapado por períodos incidentalmente incipientes. Uma massa nebulosa e confusa paira, apesar dos notórios esforços economicistas. Sim, há distensão, prolongamento rígido apresenta-se em instâncias superiores na tentativa desesperada de abalar potestades irredutíveis capitalisticamente (em pura priorização do que, outrora, ousou-se evocar como “valores supremos ponderados fielmente segundo regras metodológicas virtualmente virtuosas aprimoradas”). Só o tempo – remédio eficaz – conseguirá, fornecendo coordenadas exatas, solucionar as difíceis e enigmáticas (in)equações presentes neste voluptuosamente novo século].
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Morre 12º tibetano imolado na China neste ano, diz organização

                                                                                                                                                                                        DA EFE, EM PEQUIM

Uma organização de tibetanos no exílio informou nesta sexta-feira que o 12º religioso que ateou fogo ao próprio corpo neste ano em protesto pela repressão do regime chinês contra essa etnia morreu nesta semana em um hospital.

[Na civilização chinesa (sobretudo a tradicionalmente budista), desde há muito, encontramos o hábito de se tentar defender a honra com o martírio do individuo. “Sofrer por alguma causa justa significa pura virtude espiritual” para os tibetanos. Não é de hoje que o Tibete, localizado no centro-leste da Ásia, torna-se pivô de críticas ferrenhas contra a República Popular da China. Com a invasão, em 1950, as controvérsias começaram e foram ampliadas em 1959 após uma rebelião ser massacrada cruelmente. O dalai lama Tezin Gyatso, não agüentando a pressão e temendo sofrer um atentado, refugiou-se no norte da Índia dando continuidade ao movimento separatista revolucionário. Evidentemente, esforços diplomáticos intentam resolver o impasse, mas, até agora, sem êxito efetivo].
(...)

IMPASSE

A China afirma que o Tibete sempre fez parte de seu território, enquanto grupos tibetanos no exílio dizem que a região do Himalaya foi virtualmente independente durante séculos, sob diversos protetorados chineses em várias dinastias até a ocupação da região pelas tropas britânicas em 1903.

[Embora Pequim não admita reconhecer que povos diversos dominaram durante longo período aquela região, existem evidências indicando a presença dos tibetanos livremente em clãs organizados conforme preceitos incompatíveis com o padrão comum chinês].

(...)

Além do Tibete, outras regiões chinesas com minorias locais, como a de Xinjiang, registraram hostilidades similares nos últimos anos entre esses grupos e colonos chineses nas quais morreram centenas de civis em 2009.

[Órgãos internacionais farão bem em concentrar atenção nos pontos vulneráveis do continente asiático. Faz-se necessário reduzir as disputas para evitar matança indiscriminada de civis em confrontos violentos conciliáveis].

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Conclusão

Diante do acima, pudemos contemplar parcialmente as incertezas, dúvidas existenciais de populações sempre inconstantes, conduzidas ao sabor de alterações circunstanciais ou administradas autoritariamente por elites insensíveis. O futuro – só ele para resolver cada problema... As possibilidades são multifacetadas e talvez apenas o tempo consiga desvendar totalmente cada desígnio, todo propósito determinado segundo o qual há de ser construída (produzida por fatos agora sob nebulosidade intransponível) a História (seja ela como for).